Mirian Rinaldi

Podemos considerar então, um procedimento de criação com uma forte dimensão experimental, aberta a muitas proposições e à qualquer linguagem, onde, segundo o encenador do Teatro da Vertigem, “o ator deve procurar a tradução artística para a ideia”. Analisando os processos de criação dos principais espetáculos do grupo, percebe-se uma apropriação do conceito de workshop e a adaptação a uma dinâmica própria de produção cênica, onde o procedimento passa a ser uma “resposta cênica” do ator a uma temática ou questão a ser investigada proposta durante os ensaios. Em relação à dinâmica de realização dos workshops no Vertigem, RINALDI (2005) relata que no “início dos encontros, a orientação de Araújo era de que os atores se sentissem livres, que não rejeitassem nenhuma ideia, respeitando a primeira imagem ou impulso, sem julgar o valor de sua produção”. Percebe-se claramente a estratégia de estimulação e valorização das proposições individuais dos atores no processo de criação. Nesse aspecto, torna-se evidente também, nos processos do grupo, a importância atribuída ao posicionamento individual dos atores, associando a prática do workshop ao depoimento pessoal do artista. Na verdade, o primeiro acaba ocupando a função de possibilitar a concretude cênica do segundo. Sobre esta questão, RINALDI (2005) afirma que “do ponto de vista do ator do Vertigem, pode-se dizer que o workshop é a atividade que melhor potencializa as qualidades do depoimento artístico autoral. Uma palavra ou pergunta é trazida para o campo pessoal do ator, associada a algum fato de sua vida ou de sua experiência”. 

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